Bombyx Mori

Loïe Fuller (1862-1928) foi uma artista de performance antes mesmo deste termo ter sido inventado. Inovadora e impossível de categorizar, desconcertou os mundos da dança e do teatro, participou no movimento art nouveau e tanto se divertia a dançar em casa como nas Folies Bergères, em Paris. Os seus solos, em que girava em círculos, colocando metros de tecido de seda em volta do seu corpo, inspiraram Ola Maciejewska nesta peça para três intérpretes femininas. A artista polaca apresenta-se pela primeira vez em Lisboa revelando a natureza híbrida das coisas, entre corpo e objeto, entre atividade e passividade, entre humanos e não-humanos, criando movimento em grandes pedaços de tecido e explorando a relação entre o corpo e o artefacto em constante vertigem. O título, Bombyx Mori, alude ao bicho da seda, animal que se tornou inteiramente dependente dos seres humanos para sobreviver. Aqui, o corpo natural e o processo artificial estão inextricavelmente ligados.

Conversa com os artistas após o espetáculo
13 abr