Ciclo Música e Poesia - Fantasias e Contos de Fadas
em parceria comMetropolitana
Ciclo Música e Poesia - Fantasias e Contos de Fadas
clarinete Nuno Silva
viola Joana Cipriano
piano Anna Tomasik
com João Grosso
Um dos aspetos mais característicos da Arte do século XIX é a proximidade que as diferentes disciplinas artísticas mantiveram entre si. No caso da Música, o foco de interesse não se limitava à criação musical. Os maiores compositores daquela época cultivavam o gosto pela pintura, pela escultura… mas, sobretudo, pela literatura. Robert Schumann é disso bom exemplo. Hesitou entre as carreiras de escritor e de músico até por volta dos vinte anos de idade, e foi um leitor voraz durante toda a vida – livros de E. T. A. Hoffmann, Jean Paul Richter e tantos outros. A dada altura escreveu no seu diário que «a Música é a potência mais elevada da poesia»… «Os anjos devem falar através dos sons, os espíritos com palavras de poesia»… «O compositor é um poeta, só que num nível mais sublime.»
Schumann viveu numa época em que os contos de fadas estavam muito em voga. Eram publicados por autores como o próprio Hoffmann, H. C. Andersen, Achim von Arnim ou os irmãos Grimm. Curiosamente, foi no final da vida que Schumann compôs importantes peças de música de câmara livremente inspiradas nesse universo, mas sem nunca reportar a qualquer texto específico. São os casos de Märchenbilder Op. 113, para viola e piano, de 1851, e Märchenerzählungen, Op. 132, para clarinete, viola e piano, de 1853. Em 1849 já havia composto três peças de fantasia para clarinete e piano que se chamaram inicialmente «Peças noturnas». Também aí se reconhece uma expressividade romântica que desperta de imediato a nossa imaginação literária.
R. Schumann Fantasiestücke, Op. 73, para clarinete e piano
R. Schumann Märchenbilder, Op. 113, para viola e piano
R. Schumann Märchenerzählungen, Op. 132, para clarinete, viola e piano
clarinete Nuno Silva
viola Joana Cipriano
piano Anna Tomasik
com João Grosso