Arlequim Servidor de Dois Amos

deCarlos Goldoni
7 - 26 mar 2006
3.ª a Sáb. 21h45
Dom. 16h15

de Carlos Goldoni
tradução, adaptação e encenação Filipe Crawford
cenografia e figurinos Marta Carreiras  
música Fernando Mota
máscaras Nuno Pinto Custódio | Renzo Antonelo | Takashi Kawahara
execução de cenários Ricardo Trindade e Pape5, Lda
pintura de telões Marta Carreiras
execução de figurinos Catarina Santos | Rosário Rato
desenho e luz técnica Nuno Gomes
assistência de encenação Pedro Tobias (estágio da e.s.t.c.)
direcção de cena Guilherme Noronha
com Alexandre Pedro, Anabela Mira, Andreas Piper, Anna-Louise Konczak, Carlos Pereira, Diana Costa e Silva, Guilherme Noronha, João Paulo Silva, Vasco de Campos
produção FC Produções Teatrais
M/6

direcção Filipe Crawford
gestão administrativa e coordenação da produção Paula Fernandes
produção executiva Teresa Rouxinol
coordenação técnica José Manuel Marques
operação técnica Nuno Gomes
assistência técnica Nuno Abreu

Personagens e distribuição
Pantaleão das Necessidades - Carlos Pereira
Clara, sua filha - Diana Costa e Silva
O Doutor Coimbrão - Guilherme Noronha
Sílvio, seu filho - João Paulo Silva
Beatriz, do Porto, vestida de homem, sob o nome de Frederico Raspão - Anabela Mira
Her Florian Tusa, alemão residente no Porto - Andreas Piper
Brigão, estalajadeiro - Alexandre Pedro
Ishmer Aldina, emigrante do Leste, criada de Pantaleão - Anna-Louise Konczak
Arlequim Trafulhão, criado de Beatriz e, depois, de Florian -Vasco Campos
1º Carregador - Guilherme Noronha
2º Carregador Diana Costa e Silva
1º Criado da Estalagem - Diana Costa e Silva
2º Criado da Estalagem - Guilherme Noronha

UM ESPECTÁCULO DE REFERÊNCIA

Na história da dramaturgia teatral há referências incontornáveis como este "Arlequim servidor de Dois Amos” de Goldoni. São textos como estes, que foram capazes de sobreviver para além da sua época, que foram capazes de não se desfazer na espuma dos dias, que nos interessam como referências e instrumentos vivos para construir uma dramaturgia de hoje, uma dramaturgia nacional.

Mas não é só o texto que agora está em jogo, pois a dar-lhe vida está um projecto que ao longo dos anos se tem vindo a impor de uma forma exemplar, o projecto de Filipe Crawford, e do seu aturado trabalho sobre a máscara e a Commedia dell´Arte.
No fundo este é um bom pretexto para revermos os clássicos e reavivarmos a memória, sem a qual não há presente ou futuro que se possa construir.

Carlos Fragateiro



Esta peça, que ficou célebre graças à encenação de Giorgio Strehler para o Piccolo Teatro de Milão em 1947, foi escrita por Goldoni em 1745 a pedido de António Sacchi, célebre comediante dell’arte, herdeiro da tradição italiana em Paris. Goldoni que, em início de carreira, humaniza aqui algumas personagens da peça, antecipa a sua reforma teatral reescrevendo um guião clássico dos comediantes dell`arte e fixa definitivamente o género num texto que se iria tornar, paradoxalmente, a representação mais conhecida da Commedia dell’Arte.

Reconhecendo o desafio que representa levar a cena este texto que tem como ilustre antecessora a genial encenação do Piccolo Teatro de Milão, esta nossa versão do Arlequim não pretende competir com o espectáculo do Piccolo, nem sequer reproduzi-lo. Ela aparece num momento de maturação da companhia em que este texto se presta aos nossos objectivos de evolução, reunindo um elenco de actores formados na técnica da máscara, rodados em anteriores produções e disponíveis para esta aventura.

A peça de Goldoni apresenta um enredo típico de Commedia dell’Arte com os dois pares de apaixonados, cujos amores contrariados estão no centro da acção, os dois velhos, Pantalone e Doutor, e os dois Zanis, Brighela e Arlequim, para além da criada Esmeraldina. A sucessão de equívocos e imbróglios, devidos em grande parte à iniciativa de Arlequim que decide servir dois patrões, resolve-se como de costume no final da peça, acabando tudo em bem.

Na nossa versão, damos importância ao trabalho de máscaras e dos actores, tentando tirar partido dos processos típicos da Commedia dell’Arte, como a improvisação e os lazzis, ou jogos de cena, tentando criar um espectáculo divertido e de comunicação com o público. A acção foi transferida de Veneza para Lisboa e as personagens adaptadas a uma realidade ficcionada com referências à actualidade Portuguesa. Neste sentido os nomes das personagens foram aportuguesados, transformando-se por exemplo o Pantalone Bisognosi no Pantaleão das Necessidades ou o Brighella no Brigão. Frederico Rasponi e Beatriz Rasponi, bem como o seu apaixonado, Florian Aretusi, transformaram-se em Frederico Raspão e Beatriz Raspão, e Her Florian Tusa, estrangeiros, porque vêm do Porto, sendo que Florian é um nobre Alemão que vive no Porto. O Doutor Lombardi torna-se no Doutor Coimbrão e Esmeraldina é uma imigrante do Leste que dá pelo nome de Ishmer Aldina. Quanto a Arlequim, esse afinal não vem de Bergamo, mas sim da Trafaria e o seu cognome é o Trafulhão. Também na linguagem das personagens os dialectos foram substituídos por sotaques e algumas expressões são voluntariamente actuais. Tentou-se sobretudo com a adaptação da peça tornar mais compreensíveis e actuais os equívocos e os efeitos cómicos associados à multicolorida sociedade renascentista italiana, transpondo essa realidade para uma ficção do universo português.

O espectáculo estreou a 24 de Agosto de 2005 no Castelo de São Jorge, no âmbito do IV Festival Internacional de Máscaras e Comediantes organizado pela FC Produções Teatrais em parceria com o E.G.E.A.C., tendo aí realizado 10 apresentações. Apresentou-se também nos Encontros de Teatro de Paços de Brandão a 7 de Outubro de 2005, no Teatro Aveirense a 17 de Fevereiro de 2006 e no Teatro Lethes em Faro a 24 de Fevereiro de 2006, tendo já digressões previstas após a temporada no Teatro Nacional.

Filipe Crawford

 

de Carlos Goldoni
tradução, adaptação e encenação Filipe Crawford
cenografia e figurinos Marta Carreiras  
música Fernando Mota
máscaras Nuno Pinto Custódio | Renzo Antonelo | Takashi Kawahara
execução de cenários Ricardo Trindade e Pape5, Lda
pintura de telões Marta Carreiras
execução de figurinos Catarina Santos | Rosário Rato
desenho e luz técnica Nuno Gomes
assistência de encenação Pedro Tobias (estágio da e.s.t.c.)
direcção de cena Guilherme Noronha
com Alexandre Pedro, Anabela Mira, Andreas Piper, Anna-Louise Konczak, Carlos Pereira, Diana Costa e Silva, Guilherme Noronha, João Paulo Silva, Vasco de Campos
produção FC Produções Teatrais
M/6

direcção Filipe Crawford
gestão administrativa e coordenação da produção Paula Fernandes
produção executiva Teresa Rouxinol
coordenação técnica José Manuel Marques
operação técnica Nuno Gomes
assistência técnica Nuno Abreu

Personagens e distribuição
Pantaleão das Necessidades - Carlos Pereira
Clara, sua filha - Diana Costa e Silva
O Doutor Coimbrão - Guilherme Noronha
Sílvio, seu filho - João Paulo Silva
Beatriz, do Porto, vestida de homem, sob o nome de Frederico Raspão - Anabela Mira
Her Florian Tusa, alemão residente no Porto - Andreas Piper
Brigão, estalajadeiro - Alexandre Pedro
Ishmer Aldina, emigrante do Leste, criada de Pantaleão - Anna-Louise Konczak
Arlequim Trafulhão, criado de Beatriz e, depois, de Florian -Vasco Campos
1º Carregador - Guilherme Noronha
2º Carregador Diana Costa e Silva
1º Criado da Estalagem - Diana Costa e Silva
2º Criado da Estalagem - Guilherme Noronha

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