EXERCÍCIO II: A Carta de Atenas (1933)

5 nov 2013
19h

com Carmen Espegel Alonso (Universidade Politécnica de Madrid) e José António Bandeirinha (Universidade de Coimbra)
moderação João Mascarenhas-Mateus (CES - Universidade de Coimbra)


A Carta publicada por Le Corbusier em 1943, baseada nas conclusões do IV Congrès International d’Architecture Moderne (CIAM) organizado em Atenas em Julho de 1933, apresentou-se como um instrumento inovador capaz de guiar a transformação das cidades e como documento fundador do urbanismo moderno. Por oposição às velhas cidades, consideradas como aglomerações urbanas densamente povoadas de forma mais ou menos empírica, a nova cidade propunha-se como uma máquina urbana organizada, higiénica e com uma estrutura transparente. A transposição do conceito de funcionalismo da habitação a toda uma cidade definia o zonamento segundo eixos principais de comunicação entre áreas funcionais reservadas ao trabalho, à habitação, ao lazer, à educação e ao comércio. As condições climáticas, os níveis de exposição solar e os espaços verdes seriam aproveitados de forma racional e optimizada em edifícios de grande altura, dando primazia à habitação.

Acreditar na possibilidade de empreender um planeamento urbano unicamente com régua e esquadro apresenta hoje um valor poético que importa revisitar. Discutir as cidades que foram inspiradas por este documento internacional implica mencionar também os seus sucessivos críticos e seguidores. Um processo iniciado com a reconstrução europeia depois da II Guerra com o Manifesto de Doorn (1953), seguido do movimento Mars 1976, das Cartas de Aalborg (1994) e da nova Carta de Atenas do Conselho Europeu de Urbanistas (2003).

Falar da Carta de Atenas constitui um pretexto para abordar problemas eternos das cidades: da segregação social, das comunicações, das sustentabilidades ambiental, cultural, económica e social, da criação e da eliminação selectiva da memória colectiva e sobretudo do fim de uma certa ideia de progresso.

João Mascarenhas-Mateus



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