Desejos Brutais
Desejos Brutais
tradução Isabel Medina / Lígia Holly
encenação Fernanda Lapa
cenografia Ana Vaz
coreografia e figurinos Marta Lapa
música João Lucas
desenho de luz Carlos Assis
interpretação Manuela Couto (mãe), Maria Henrique (voz), Dina Lopes (filha), Rogério Samora (pai), Amadeu Neves (voz), Manuel Moreira (filho)
co-produção TNDM II e Escola de Mulheres
Em Desejos Brutais, a personagem feminina, Charlene, é uma mulher forte, uma profissional bem sucedida e feminista que obteve uma providência cautelar contra o marido que a agredira durante anos.
Ao computador, Charlene escreve guiões eróticos para uma companhia cinematográfica feminista. É assim que consegue viver sem preocupações, sustentando os dois filhos, uma rapariga e um rapaz, e conservando a sua independência. No entanto, os desequilíbrios determinados pela sua condição de mulher (o papel de mulher independente entra em conflito com o de mãe e esposa), tornam-na vulnerável à violência. O ex-marido arromba a porta da casa, manipula os seus sentimentos apelando à compaixão, utiliza a imaturidade dos filhos a seu favor, e acaba por matá-la.
Antes de ser assassinada, Charlene cria dois personagens para o guião que escreve, enquanto se desenrola a acção da peça: uma mulher dominadora e o seu companheiro submisso. Mas, mais tarde, pouco antes de ser morta, um grupo de homens inverte os papéis e transforma a história num filme cor-de-rosa.
Paula Vogel não dá muitas esperanças às mulheres neste texto divertido, mas negro, a não ser no seu assustador final, quando a filha de Charlene aparece de meias até ao joelho, camisa de flanela, sobretudo e botas pesadas, evidenciando, dessa forma, que não é um objecto sexual, e toma o lugar da mãe ao computador. Então começa a escrever a peça que acabámos de ver, a única maneira que ela encontra para chamar a atenção das pessoas e tentar transformá-las.
Um texto belíssimo, com um feroz poder teatral, divertido e corrosivo, que trata a violência doméstica sem hipocrisia nem subterfúgios.
tradução Isabel Medina / Lígia Holly
encenação Fernanda Lapa
cenografia Ana Vaz
coreografia e figurinos Marta Lapa
música João Lucas
desenho de luz Carlos Assis
interpretação Manuela Couto (mãe), Maria Henrique (voz), Dina Lopes (filha), Rogério Samora (pai), Amadeu Neves (voz), Manuel Moreira (filho)
co-produção TNDM II e Escola de Mulheres