One Woman Show
One Woman Show
concepção e interpretação Cláudia Dias
espaço cénico Nuno Bettencourt e David Caldas
sonoplastia João Miguel Fonseca
desenho de luz Cristina Piedade
fotografia António Coelho
figurinos Tânia Franco e Cláudia Dias
Não é por ser fumadora que uma mulher pode fumar. Da mesma forma, não é por o tamanho da porta diminuir que isso a impede de sair de casa. Nas paredes de um espaço fechado inscreve-se o cenário de uma ferida que irá alastrar até ao seu desmoronamento. O mundo que habitamos é também a semente de um outro mundo ainda por germinar.
O envolvimento político e cívico de Cláudia Dias enquanto cidadã coloca-lhe um problema: como fazer sobreviver o acto artístico sem deixá-lo cair no panfletarismo ou na irrisão das suas próprias crenças (que são uma marca de autoria e resultam também de um universo ideológico que lhe interessa explorar)? Ao sujeitar o seu corpo aos códigos e símbolos que servem a iconografia do feminino em latitudes culturais opostas, a matéria-prima deste ""one woman show"" é por excelência a obscenidade que ""veste"" e ""traveste"" a condição da mulher. Sobrevive no entanto o modelo, ou seja, a intérprete, cuja virtude não é aceitar o papel que lhe foi atribuído nem tão pouco reivindicar uma excepção para si, mas fazer uma imersão naquilo que se mantém intacto e continua fértil: o acto criador enquanto horizonte que enuncia novas formas de vida.
concepção e interpretação Cláudia Dias
espaço cénico Nuno Bettencourt e David Caldas
sonoplastia João Miguel Fonseca
desenho de luz Cristina Piedade
fotografia António Coelho
figurinos Tânia Franco e Cláudia Dias