Auto das Anfitriãs
Auto das Anfitriãs
Mil quinhentos e troca o passo. Camões escreve o Auto chamado dos Enfatriões. Das três peças que escreveu, esta foi a única que se inspirou num texto de teatro da época romana: o famoso Anfitrião de Plauto. Trata-se, por isso, de uma peça a partir de uma peça a partir de um mito.Com influências, pilhagens, desvios e inspirações greco-latinas, como convinha à época do Renascimento.
A trama de Anfitrião e Almena foi (re)escrita várias vezes ao longo dos tempos. Depois de Plauto, veio não só Camões, mas também Molière, John Dryden, Heinrich von Kleist, Giselher Klebe, Jean-Luc Godard e outros tantos.
Auto das Anfitriãs é mais uma de muitas derivações. Uma possibilidade pronta a comemorar os quinhentos anos do nascimento de Camões, sem se saber ao certo se é ou não a data correta para o fazer... Uma peça de doudos, cheia de confusões, que, atendendo à efeméride, surge em jeito de celebração, concerto e feira de enganos, procurando questionar alguns dos alicerces da atualidade e dançando ao som do zeitgeist do século XXI. Alvíssaras, alvíssaras!