Pin My Places

Bem vindas e bem vindos ao Pin My Places, uma viagem que estou a fazer mais ou menos há um ano até agora, até este exato momento. Assim começa a viagem por onde nos leva o texto de Mariana Ferreira. De uma atualidade surpreendente quando se percebe que foi escrito antes desta pandemia, Pin My Places relata um obsessivo percurso mental pelo Google Maps, um universo onde quase tudo é possível sem se sair da cadeira, um revisitar espacial e temporal das memórias, onde cada percurso que se faz é quase sempre ao lado daquele que se imagina. Uma viagem onde apenas se conhece o ponto de partida, deambulando pelos mapas digitais e pelas cartografias de um percurso sinuoso, banal, às vezes com contornos de thriller, mas sempre pousado em si.

Perder-se para se reencontrar é algo que o coreógrafo Rui Horta conhece bem. Ao abordar este texto como encenador, viu-se a si mesmo confrontado com tantas das suas viagens deslocadas para o espaço cénico imóvel da máquina do tempo que é o teatro. Tal como nesta última frase do texto, devolvida pelo reflexo, que nos remete para o lugar da partida: Vejo o meu reflexo na montra do café. Tenho vestida uma camisola amarela.

 

Sessão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa
11 out