O Libertino

Denis Diderot, filósofo e libertino assumido, está a passar uma temporada na casa do Barão dHolbach. Numa tarde, posa – praticamente nu – para Madame Therbouche, no pavilhão de caça do Barão. Enquanto discorrem sobre temas da mais profunda filosofia ou sedução, Diderot procura ideias para um artigo para a ""Enciclopédia"" e tenta seduzir a sua companheira, no que é constantemente interrompido.

Diderot é a personagem central deste texto, editado em 1997, e que o autor considera ser a sua peça mais divertida. Sob uma capa de aparente ligeireza, as personagens esgrimem palavras em discursos intrincados, que nos recordam, frequentemente, "As Ligações Perigosas” de Choderlos de Laclos. Para além de várias montagens teatrais, este texto foi também alvo de uma versão cinematográfica, assinada por Gabriel Aghion e estreada em 2000, com interpretações de Fanny Ardant e Vincent Perez nos principais papéis. Eric-Emmanuel Schmitt – ele próprio formado em Filosofia e que chegou a leccionar a disciplina durante vários anos, antes de se consagrar inteiramente à escrita – é autor de uma tese sobre a vida e obra de Denis Diderot, fascinado que foi, desde sempre, por esta personagem histórica cuja impetuosidade de pensamento teve a sua correspondência perfeita numa vida marcada pelos acontecimentos mais inesperados. José Fonseca e Costa, que na temporada passada assinou um dos maiores êxitos de público do Teatro Nacional – "Pequenos Crimes Conjugais”, do mesmo Eric-Emmanuel Schmitt – regressa ao autor francês nesta revisitação a um século XVIII brilhante de ideias e a fervilhar de espírito aventureiro.