Exercício I: Portugal Amanhã

1 out 2013
19h

com Rui Vieira Nery (Fundação Calouste Gulbenkian) e José Maria Brandão de Brito (Universidade de Lisboa)
moderação Ana Sousa Dias (Jornalista)


A integração de Portugal no espaço político da Europa introduziu, nos idos de 1986, um paradigma de modernização acelerado da sociedade portuguesa, de resto na continuidade de um inevitável esforço de democratização das instituições políticas na sequência da Revolução dos Cravos. Neste contexto, Portugal enfrenta uma imensa transformação das suas realidades económicas, sociais e culturais, processo fortemente financiado e, por isso mesmo, condicionado por fundos comunitários. Quando se abate sobre o País a crise económica e financeira que hoje tão bem conhecemos, introduz-se rapidamente, em substituição do paradigma de modernização, um referencial de mercado que tudo parece condicionar e subjugar. Atualmente, e quando os mistérios da austeridade expansiva se revelam em todo o seu esplendor, a sociedade portuguesa sofre tensões sociais com uma expressão que nos remete para um tempo ao qual se pensava não ser possível regressar.

Perante um acentuado decréscimo demográfico, uma forte corrente migratória e níveis de desemprego preocupantes na população mais jovem, estaremos a adiar o futuro? Será inevitável uma certa decadência cultural que a geração de 70 tão bem assinalou? Teremos efetivamente encontrado um espaço próprio numa Europa que se tornou um museu de si mesma, na expressão de Eduardo Lourenço? Permanecemos à deriva ou desejamos essa mesma deriva, recordando aqui a "Jangada de Pedra” de José Saramago?

É possível construir outras narrativas para a transformação económica e social do Portugal contemporâneo, a partir dos contributos da Economia? Pode a Cultura contemporânea, nas suas diversas dimensões, agitar os novos Vencidos da Vida? Entre o pessimismo pragmático e o otimismo revolucionário, haverá uma terceira via, lúcida mas mobilizadora, que resgate o futuro que nos espera?


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