Lançamento de livro - "O Doente imaginário"

"É um dos grandes erros que andam entre os homens.” Assim se refere o libertino protagonista de D. João à medicina, vendo nos seus doutos praticantes não mais que impostores que usurpam a coroa do sucesso ao acaso e às forças da natureza. Em O Doente imaginário (1673), Molière volta à carga, não apenas para se rir da medicina e da sua parafernália terapêutica, da hipocondria e de toda a sorte de patologias, mas também – e sobretudo – do medo da morte. Não por acaso, o dramaturgo francês encontrava-se gravemente doente na altura em que concluiu esta sua última e bem amarga comédia. Acabou por sucumbir, assaltado por convulsões que dissimulou com esgares de riso, quando interpretava o hipocondríaco Argão. Uma personagem grotesca no seu egocentrismo, simultaneamente magnética e repulsiva, a que Jorge Pinto deu corpo, depois de ter sido o Harpagão (a semelhança não é pura coincidência) do pródigo O Avarento que o Ensemble produziu em 2009, espetáculo cujo êxito reclamou duas temporadas no TeCA e foi coroado pelo voto do público do Festival de Almada. A companhia portuense voltou, assim, a convocar o encenador Rogério de Carvalho, para regressar – com mais uma inspirada e rigorosa tradução de Alexandra Moreira da Silva – à salutar demência do universo de Molière.

com a presença de Pedro Sobrado (Centro de Edições do TNSJ), Alexandra Moreira da Silva (tradutora da obra), Emília Silvestre e Jorge Pinto (atores e diretores do Ensemble-Sociedade de Actores).

 

 

 

Fechar
Newsletter D. Maria II
Fechar Política de Cookies

O Teatro Nacional D. Maria II usa cookies para melhorar a sua experiência digital. Ao continuar a navegação está a autorizar o seu uso.
Consulte a nossa Política de Privacidade para saber mais sobre cookies e o processamento dos seus dados pessoais.

Aceitar