EXERCÍCIO VI: Eu sou o Outro do Outro - Identidade e Alteridade

No momento histórico que atravessamos, temos vindo a assistir à eclosão, por vezes simultânea, de nacionalismos radicais, populismos e variadas formas de extremismo e fundamentalismo. Perante tais desafios, é crucial a questão da relação com o Outro, seja ele de outras culturas, línguas e religiões, seja ele de minorias presentes nas nossas próprias sociedades.

Seja o Outro refugiado, emigrante, minoria ou simplesmente diferente. Quando eliminamos (mesmo só intelectualmente) o Outro ou quando o ignoramos, estamos a anular o desenvolvimento da nossa identidade. Ou seja, a construção do Eu individual e/ou coletivo só acontece face ao Outro e não na sua ausência. As identidades são fluídas e, no sentido de um sentimento de pertença, são construídas e definidas culturalmente. Daí que as identidades estejam permanentemente a ser construídas e possam ser, por isso, reversíveis. Só a aceitação dessa fragilidade nos permitirá uma reflexão crítica sobre a própria identidade e uma melhor compreensão da complexidade do Outro.

(Programadora dos Encontros Garrett)