Ato de arrebanhar e outras transumâncias

Na cova enterra-se a lã para não apodrecer. No covil escondem-se os segredos. Na Covilhã, na Serra, na Praça arrebanham-se pedras, bichos, ervas, pessoas para uma assembleia onde todos são voz e ouvido. Onde também são boca e coração que com as suas formas arredondas fazem ecoar palavras e paladares. A Talkie-Walkie e Manuel Tur pretendem construir uma assembleia em transumância que arrebanhará gentes. Mas também outros seres e objetos mágicos para se conversar sobre o que foi e o que está para vir. Os arquivos, as receitas, as memórias do mundo real e do imaginário vão ser registados e reunidos, pouco a pouco, de lugar em lugar, de casa em casa, que é devagar que se faz caminho. Em janeiro ainda haverá neve imóvel, na primavera já será água corrida. A assembleia ativará lugares, será um cenário circular, quente e orgânico. Móvel para ocupar vários espaços e permitir muitos usos: uma refeição, uma conversa, um abrigo.