Parlapatório
Cassandra
Parlapatório
coordenação Carlos Malvarez e Sara Barros Leitão
pesquisa João Mineiro
produção executiva Susana Ferreira
produção Cassandra
coprodução Teatro Nacional D. Maria II em parceria com Fundação Calouste Gulbenkian
A classificar pela CCE
Parlapatório, ou como quem diz, conversa ou falatório, tem a mesma raiz de Parlamento, o ato de falar, de parlar.
O Parlamento é o espaço onde, tradicionalmente, as grandes decisões têm lugar e onde as diferentes posições políticas se confrontam. A palavra "parlar” foi inicialmente usada para indicar as assembleias improvisadas, onde os nobres trocavam opiniões sobre assuntos da sociedade e da política.
Hoje, se prestarmos atenção ao que é dito no Parlamento, é possível reparar que há um vocabulário que se assemelha ao do teatro: "os atores políticos”, "essa lei não passa de uma encenação”. Mas a verdade é que, se olharmos à volta, conseguimos perceber as semelhanças daquela arquitetura com a de uma sala de espetáculos.
Este Parlapatório procura as semelhanças entre um e outro, para mergulhar numa oficina sobre teatro, democracia e assembleias.
Os discursos que por ali passam podem ser teatrais? E será que o discurso é recebido da mesma maneira quando é dito num anfiteatro, ou frente a frente? A tipologia dos parlamentos tem influência nos sistemas políticos dos países? Pode a arquitetura dos parlamentos provocar outro tipo de políticas? E de teatro?
O Parlapatório é uma oficina desenvolvida durante o processo de criação de Guião para um país possível, um espetáculo a partir das transcrições dos discursos proferidos na Assembleia da República nos cinquenta anos em democracia, e é destinada a jovens que ainda não têm idade para votar, em conjunto com pessoas que ainda têm memória de ter vivido os tempos da ditadura portuguesa.
Durante o período da oficina, usar-se-ão ferramentas de teatro para descobrir a política. Afinal, quer um quer outro só podem ser feitos pelo e para o ser humano.